carta do diretor

O Trampolim do Forte é um ponto catalisador de crianças de faixas etárias e classes sociais distintas, apesar da clara preponderância das crianças de origem humilde, que por falta de mais opções gratuitas de lazer fazem do Trampolim o seu templo diário de brincadeiras, trocas de experiências e expressão da criatividade.

É sobre este núcleo de personagens que “Trampolim do Forte” se debruça. Fruto da observação in loco (visto que fui um frequentador assíduo do local quando criança e adolescente), o roteiro, escrito como uma espécie de “etnografia fictícia”, é baseado em experiências reais de observação. A estória traduz e discute os dramas cotidianos deste grupo de amigos.

O filme, apesar de ter um forte teor regional, traz na sua narrativa um inequívoco apelo universal, tendo em vista que a questão da infância está em pauta, premente, no mundo todo. E se toca a todos, interessa potencialmente a um público generalista e multicultural.

O projeto traz à tona uma reflexão sobre a vida das crianças que convivem com realidades aviltantes – como as do trabalho e exploração sexual infantil, racismo, delinquência e pedofilia — tangenciando assim a marginalidade.

O projeto autentica o quão importante e fundamental é para o desenvolvimento das crianças ter, de fato, tempos livres para o exercício do lúdico, do sonho e em ambientes como o do trampolim, da vivência-aprendizado de atitudes fundamentais para o ser humano, como o respeito ao próximo e às diferenças, o valor das amizades e a solidariedade.

 

 

 

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